Montalvão é uma freguesia portuguesa do município de Nisa, na região do Alentejo, com 123,87 km² de área e 442 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 3,6 hab/km².
Foi vila e sede de concelho, constituído apenas por uma freguesia, entre 1512 e 1834. Tinha, em 1801, 1 327 habitantes.
O nome “Montalvão” foi mencionado por Miguel de Cervantes na obra clássica do Cavalheirismo Dom Quixote, na figura do cavaleiro Reinaldo de Montalvão, inspirado no personagem do poema épico medieval Os Doze Pares da França.
Em Português clássico, “Montalvão” advém da união das palavras “Monte alvão” e significa “Monte muito alvo” ou “Monte brancão” ou simplesmente “Monte branco”, expressão muito comum na Europa em vários idiomas de língua românica para designar um local próximo de uma montanha coberta de neve como Montblanc, “Montalbano”, “Montebianco” etc.
Segundo o IGESPAR, “Montalvão foi uma importante povoação do Alto Alentejo nos primeiros tempos da monarquia portuguesa. A necessidade de protecção deste sector da fronteira, aliada à pouco efectiva presença populacional, determinou que a localidade se instituísse como sede de um território vital para a sobrevivência da ordem cristã na região. Não admira, por isso, que tenha sido Comenda da Ordem de Cristo, instituição que terá estado na origem do castelo que genericamente chegou até nós. A sua construção tem sido apontada no reinado de D. Dinis, mas o monumento carece ainda de um estudo arqueológico mais vasto que permita extrair conclusões acerca das fases de ocupação por que passou. A fortaleza baixo-medieval não terá sido uma obra de grande envergadura, na medida em que, nos inícios do século XVI, Duarte d’Armas desenhou-a como tendo apenas uma muralha, sem qualquer torre anexa, fazendo-se o acesso ao espaço intramuros por porta única. Essa entrada foi reconstruída um século depois, por certamente apresentar grande ruína, adquirindo então a feição classicizante, de lintel recto entre pilastras que suportam uma arquitrave, que ainda hoje ostenta, e que contrasta com o aparelho miúdo e irregular com que a cerca que define o castelo foi executada”.
População
População da freguesia de Montalvão | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
1373 | 1 413 | 1591 | 1819 | 2046 | 2170 | 2305 | 2672 | 2649 | 2264 | 1485 | 1044 | 832 | 597 | 442 |
Património
- Igreja de Montalvão
- Castelo de Montalvão
O Castelo de Montalvão
Castelo de Montalvão
Montalvão, devido à sua particular localização geográfica, desempenhou um papel estrategicamente muito importante nos primórdios da monarquia portuguesa. Efetivamente, em plena Reconquista Cristã da península Ibérica (iniciada em 718 nas Astúrias por Pelágio e sendo dada como terminada em toda a Península Ibérica em 1492), o castelo integrava a chamada Linha do Tejo, visando a proteção da linha de fronteira com Castela. Apesar dessa importância estratégica não se conhecem informações acerca da evolução histórico-arquitetónica da sua estrutura.
A necessidade de proteção deste sector da fronteira, aliada à pouco efetiva densidade populacional, determinou que a localidade se instituísse como sede de um território vital para a sobrevivência da ordem cristã na região. Por isso, não admira que, depois de primeiramente a Comenda de Montalvão ter sido atribuída à Ordem Templária, após a extinção desta, tenha sido Comenda da Ordem de Cristo, instituição que terá estado na origem do castelo, tal como o conhecemos ainda, cujas muralhas, embora arruinadas, se encontram, contudo, bem definidas. A sua construção tem sido apontada no reinado de D. Dinis (1279-1325), mas o monumento carece ainda de um estudo arqueológico mais vasto que permita extrair conclusões acerca das fases de ocupação por que passou até aí. O certo é que o castelo de Montalvão está expressamente mencionado em diversas e muito empolgantes obras referentes à Ordem Templária, sendo um de muitos que pertenceu a esta poderosa Ordem religioso-militar (a primeira ordem militar da História), com enorme prestígio na cristandade. O mapeamento dos inúmeros castelos pertencentes aos Templários evidencia justamente o de Montalvão, fazendo inclusive parte dos “Itinerários ou Rotas Templárias”, conforme se pode ver através do item alusivo neste portal.
A fortaleza baixo-medieval, de formato semi-oval, não terá sido uma obra de grande envergadura, na medida em que, nos inícios do século XVI, Duarte d’Armas, desenhou-a (Livro das Fortalezas-1509, páginas 50;51 e que constitui o registo do levantamento efetuado por aquele escudeiro de D. Manuel I (1495-1521)), como tendo apenas uma muralha, sem qualquer torre anexa, fazendo-se o acesso ao espaço intra – muros por porta única. Essa entrada ou porta foi reconstruída um século depois, por se apresentar arruinada, adquirindo então a forma clássica de lintel reto entre pilastras suportando uma arquitrave, que ainda hoje se mantém, contrastando com o aparelho miúdo e irregular com que foi executada a cerca que define o castelo.
No interior do castelo encontra-se uma cisterna, e as muralhas, tal como os respetivos e peculiares alicerces, estão construídos em xisto, cuja predominância na região a isso forçosamente conduziu.
As muralhas originais e as que restam estão suportadas por uma plataforma sobrelevada, formada por fiadas de aparelho ou pedras de xisto sobrepostas em espinha, tal como ilustrado nas fotos correspondentes.
No interior do castelo, em plena antiga praça de armas, encontra-se uma arca sepulcral em pedra aparentemente granítica, de formato retangular, com uma das faces lavrada com elementos vegetalistas e a cruz de Cristo ao centro (v. foto)
Classificação
Arquitetura militar, medieval. Castelo de planimetria poligonal, ovalada, com duas torres e cisterna (IPA.00027855; Número IPA Antigo: PT041212050043),estando classificado como Monumento de Interesse Público – MIP do grau 5 (v. abaixo referências de diplomas legais aplicáveis)
Por conseguinte, a sua área de implantação está classificada como “Zona Especial de Proteção” (abreviadamente ZEP ou ZP), sendo uma área ou zona “non aedificandi”
Personalidades ilustres
- Marquês de Montalvão
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Freguesia | ||||
Localização | ||||
Localização de Montalvão em Portugal | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Alentejo | |||
Sub-região | Alto Alentejo | |||
Província | Alto Alentejo | |||
Município | Nisa | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Presidente | ROGÉRIO ARTUR MATOS BELO (PS) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 123,87 km² | |||
População total (2011) | 442 hab. | |||
Densidade | 3,6 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora dos Remédios |
Referências
- ↑ http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/155804 IGESPAR
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) – https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- https://www.jfmontalvao.pt/