
Brasão dos Comandos do Exército Português
Marcelino da Mata Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito • 3 Medalha Militar da Cruz de Guerra • MSCG • MTCG (Ponte Nova, Guiné, 7 de Maio de 1940 – Sintra, 11 de fevereiro de 2021) é um tenente-coronel na reforma do Exército Português, nascido na Guiné Portuguesa, conhecido pelos seus actos de bravura e heroísmo praticados durante a Guerra Colonial, em 2412 operações de comandos, e que lhe dão o título de militar português mais condecorado da História do Exército Português.
Biografia

Major Marcelino da Mata
Acidentalmente incorporado em lugar do irmão no CIM-Bolama em 3 de Janeiro de 1960, ofereceu-se como voluntário após cumprir a primeira incorporação.
Integrou e foi fundador da tropa de operações especiais, no Regimento dos Comandos Português, dos Comandos Africanos actuando no cenário de guerra da sua Guiné, com operações no Senegal e na Guiné Conacri.
A 2 de Julho de 1969 foi feito cavaleiro da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Apesar de várias vezes ferido em combate apenas teve que ser evacuado da Guiné por ter sido alvejado, por acidente, por um companheiro, assistindo ao 25 de Abril de 1974 em Lisboa.
Após a Guerra de Independência da Guiné-Bissau foi proibido de entrar na sua terra natal.
Em 1975 foi detido no quartel do RALIS, Lisboa, e sujeito a tortura e flagelação praticada e ordenada por Manuel Augusto Seixas Quinhones de Magalhães (capitão), Leal de Almeida (Tenente Coronel), João Eduardo da Costa Xavier (capitão tenente) e outros elementos do MRPP , num dos episódios mais pungentes, pela sua barbaridade e violência, no pós revolução dos cravos.
No decurso das perseguições de que foi alvo no ano de 1975 conseguiu fugir para Espanha, de onde regressou a quando o Golpe de 25 de Novembro, participando ativamente na reconstrução democrática e no restabelecimento da ordem militar interna, agindo sempre com elevada longanimidade para com os seus opressores.
Justificou a sua luta no exército português com a frase “A Guiné para os Guinéus“, querendo significar que a guerrilha actuava no interesse da União Soviética.
Faleceu no Hospital Amadora-Sintra à data de 11 de fevereiro de 2021, vítima de covid-19.

Marcelino da Mata
Operações notáveis em que participou
- Operação Tridente na ilha do Como
- Operação Cajado
- Resgate de 150 soldados portugueses cativos em território senegalês
- Operação Mar Verde
- Operação Ametista Real
Condecorações
- Medalha Militar de 2.ª Classe da Cruz de Guerra (26 de Julho de 1966)
- Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra (9 de Maio de 1967)
- Cavaleiro da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (2 de Julho de 1969)
- Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra (21 de Abril de 1971)
- Medalha Militar de 3.ª Classe da Cruz de Guerra (9 de Junho de 1973)
- Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra (22 de Agosto de 1973)
Referências
- ↑ Tavares, João Miguel. «Marcelino da Mata, o racismo e a memória». PÚBLICO. Consultado em 13 de outubro de 2020
- ↑ «Dos Combatentes do Ultramar». Consultado em 6 de novembro de 2009. Arquivado do original em 6 de abril de 2009
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de “Marcelino da Mata”. Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de junho de 2014
- ↑ Artigo “Morte aos Traidores”, Helena Matos, 25.11.2015, “Observador”
- ↑ Entrevista a Marcelino da Mata, de 21.7.1994, citada no Blog “Rangers & Coisas do MR”
- ↑ Artigo no “Correio da Manhã” – 22.05.2005