Foto: António Cotrim – Lusa

By Smartencyclopedia com Agências

O primeiro-ministro Luís Montenegro criticou a proposta do Partido Socialista (PS) para o Orçamento do Estado de 2025 (OE2025), classificando-a como “radical” e “inflexível”. As declarações foram feitas durante a Cimeira do Turismo Português, em Mafra, onde Montenegro reafirmou que o Governo não irá abdicar da sua política económica e que o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) é uma “peça angular” dessa estratégia.

Acusações de Substituição do Programa de Governo

Montenegro acusou o PS de tentar substituir o programa de Governo pelo seu próprio programa político, uma medida que considera inaceitável. Segundo o primeiro-ministro, o partido liderado por Pedro Nuno Santos apresenta uma visão que colide diretamente com as políticas económicas defendidas pelo executivo, tornando difícil um entendimento entre ambas as partes.

“O PS quer fazer substituir o programa do Governo pelo programa do Partido Socialista, o que é uma posição radical e inflexível”, disse o primeiro-ministro.

Contraproposta em Prol do País

Apesar das divergências, Luís Montenegro assegurou que o Governo irá apresentar uma contraproposta ao PS com o objetivo de tentar “aproximar posições”. O primeiro-ministro destacou que, “a bem do país”, é importante continuar a dialogar e procurar consensos, mesmo que as diferenças sejam significativas.

“Nós não abdicaremos daquilo que é a nossa política económica”, garantiu Montenegro, sublinhando que o IRC continuará a ser central nas propostas do Governo. O executivo defende que a redução e a simplificação do IRC são fundamentais para a competitividade das empresas e para o crescimento económico do país.

Tensões Crescentes nas Negociações do OE2025

As negociações em torno do OE2025 têm sido marcadas por tensões entre o Governo e o PS. Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, já havia estabelecido linhas vermelhas, recusando qualquer proposta que inclua mudanças no IRS Jovem ou alterações no regime do IRC.

O PS propôs um aumento extraordinário de 1,25% nas pensões até 1565 euros, além de uma dotação de 500 milhões de euros para habitação. No entanto, o Governo tem mostrado reservas quanto ao impacto orçamental dessas medidas e defende um caminho mais equilibrado que não coloque em risco as metas financeiras do país.

Próximos Passos

Com a promessa de uma contraproposta por parte do Governo, resta saber se haverá espaço para convergência nas negociações. Montenegro reiterou a disposição do Governo em manter o diálogo, mas deixou claro que o Executivo não aceitará mudanças profundas no seu programa económico. O desfecho das negociações será crucial para a aprovação do OE2025 e para o futuro das políticas fiscais e económicas em Portugal.