Por Smartencyclopedia & Agências
LISBOA — A primeira conferência internacional dedicada ao ‘Long-covid’ está prestes a começar em Lisboa, onde especialistas de todo o mundo se reunirão para iniciar o processo de delinear um conjunto de recomendações para esta doença que ainda não possui um exame de diagnóstico específico.
O reumatologista Jaime Branco, um dos organizadores do evento, destacou à agência Lusa que após a conferência, planeia-se reunir um grupo ainda menor de especialistas para elaborar diretrizes sobre essa condição, que é diagnosticada principalmente por exclusão de outras causas. Segundo ele, é “um diagnóstico eminentemente clínico, afastando outras situações ou doenças que possam causar os mesmos sintomas”.
A pandemia de covid-19 aumentou significativamente o número de pacientes que permanecem com sintomas persistentes após a recuperação da fase aguda da doença, conhecida como ‘Long-covid’. Esta condição, também denominada condição pós-covid-19, inclui uma série de sintomas, como fadiga crônica, dificuldades respiratórias, alterações de olfato e paladar, depressão, ansiedade e disfunção cognitiva.
Jaime Branco destacou que alguns pacientes apresentam incapacidades físicas e cognitivas graves, incluindo alterações de memória, atenção e concentração, que podem ser muito debilitantes.
Embora a Direção-Geral da Saúde (DGS) tenha publicado uma norma em 2022 para orientar o diagnóstico e tratamento da condição pós-covid-19, ainda há uma necessidade premente de diretrizes mais específicas e abrangentes para lidar com esta condição em constante evolução.
A conferência internacional, que ocorrerá nos dias 03 e 04 de abril na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, visa aumentar a visibilidade do ‘long-covid’, esclarecer conceitos, promover a compreensão e estimular a discussão entre profissionais de saúde, pesquisadores, decisores políticos, pacientes e representantes da comunidade.
Os organizadores destacam a necessidade urgente de diagnóstico e tratamento adequados para o ‘Long-covid’ e sua relação com condições como a síndrome da fadiga crônica. A incidência global da síndrome da fadiga crônica continua a aumentar, especialmente após a pandemia de SARS-CoV-2, reforçando a importância de uma abordagem holística para enfrentar os desafios de saúde associados ao ‘long-covid’.
Esta conferência representa um passo crucial para entender melhor e abordar de forma mais eficaz os efeitos persistentes da covid-19 e suas implicações de longo prazo na saúde e no bem-estar dos pacientes afetados.