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De acordo com Gisele Dias, veterinária e coordenadora da Unidade de Vigilância de Acidentes com Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde de São Paulo, os escorpiões estão encontrando condições ideais para reprodução nas grandes cidades, impulsionadas pelo aumento da temperatura que proporciona mais alimento para esses animais.
O estado de São Paulo, com aproximadamente 46 milhões de habitantes, enfrenta o maior número de picadas de escorpião desde 1988, quando os registros começaram.
Gladyston Costa, biólogo, atribui o aumento dos ataques do escorpião amarelo, a espécie mais comum na cidade, à sua capacidade de reprodução autônoma, dispensando a necessidade de outro escorpião para o processo.
Em resposta a essa situação, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo está implementando ações de fiscalização e captura desses animais nos esgotos de áreas consideradas de risco, além de realizar campanhas de conscientização para a população.
Embora originários de áreas florestais no vizinho estado de Minas Gerais, os escorpiões, segundo o biólogo, chegaram às grandes cidades por meio do transporte de verduras, lenha e materiais de construção.
Após a captura, os escorpiões são encaminhados ao Instituto Butantan, em São Paulo, onde contribuem para a produção do soro utilizado em casos de picadas, explicou Gladyston Costa, ressaltando que, na maioria dos casos, essa medicação não é necessária (99% dos casos), exceto para crianças com menos de dez anos devido à maior concentração de veneno.