Lula x Bolsonaro: Campanha termina antes do segundo turno presidencial do Brasil

No domingo, os brasileiros vão escolher entre um futuro de valores conservadores sob Jair Bolsonaro ou o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente de esquerda que governou com uma postura mais moderada no poder. 

A campanha oficial terminou agora, no que foi uma campanha extremamente polarizada; muitos estão simplesmente votando contra o candidato que não gostam.

Por um lado, Lula aponta seu histórico de melhoria de vida dos brasileiros enquanto presidente de 2003 a 2010, e promete cuidar deles novamente.

Opondo-se a Silva está o titular Jair Bolsonaro, que apela aos conservadores religiosos e afirma que o retorno de Lula ao poder daria início ao comunismo, drogas legalizadas e aborto.

Previsivelmente apertado

Durante meses, parecia que Lula estava caminhando para uma vitória fácil, mas as pesquisas de opinião podem ser enganosas. No primeiro turno, apenas cinco pontos percentuais separaram os dois candidatos.

Bolsonaro criticou juízes da Suprema Corte e colocou em dúvida a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do país, o que analistas alertaram ser um sinal claro de que ele pode rejeitar os resultados das eleições.

Ele também expandiu o maior programa de assistência social do Brasil, concedeu vales de gás de cozinha para brasileiros de baixa renda, deu € 500 milhões a motoristas de táxi e caminhão e anunciou um programa para perdoar até 90% das dívidas dos bancos estaduais para cerca de quatro milhões de pessoas. Bolsonaro espera que isso se torne querido pela base tradicional da classe trabalhadora de Lula. 

Analistas dizem que, enquanto isso, o ex-presidente às vezes agiu como se sua vitória estivesse garantida, e apenas uma questão de correr o tempo. 

Uma nação dividida

Ainda assim, Lula manteve o foco em despertar nostalgia por seu mandato, quando o Brasil se tornou o ‘B’ no grupo BRICS de nações emergentes e dezenas de milhões foram puxados para a classe média, comendo bem e viajando.

“A campanha de Lula é sobre o passado; essa é sua maior força e maior fraqueza”, diz Brian Winter, vice-presidente de políticas da Americas Society/Council of the Americas.

“É a memória dos anos de boom dos anos 2000 que faz as pessoas quererem votar nele”, acrescenta. .”

A maioria das pesquisas agora mostra Silva com uma vantagem estreita. Em 22 de outubro, o presidente de seu partido divulgou um vídeo dizendo que Lula só vencerá se todos votarem.

Anos após a revelação de corrupção maciça no Partido dos Trabalhadores de Lula, alguns eleitores estão tapando o nariz e apoiando Bolsonaro, mesmo aqueles que discordam de sua cruzada cultural. A breve permanência de Lula na prisão por acusações de corrupção, que acabaram sendo anuladas, contribuiu para essa mudança. 

A votação de domingo marca uma escolha entre dois caminhos completamente diferentes para o Brasil. Com ele, o risco de instabilidade política, ou mesmo de violência, não pode ser descartado.

Fonte: Euronews

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