Espanha chama embaixadora na Nicarágua após “acusações infundadas” contra Madrid
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A par do anúncio da convocação da embaixadora Maria del Mar Fernández-Palacios, o ministério tutelado por José Manuel Albares referiu que um comunicado emitido na terça-feira pelo Governo nicaraguense liderado por Daniel Ortega apresentava “grosseiras falsidades sobre os processos judiciais e eleitorais” em Espanha.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol anunciou esta quarta-feira que chamou a embaixadora espanhola em Manágua para consultas, na sequência das “acusações graves e infundadas” emitidas na terça-feira pelo Governo da Nicarágua contra Espanha e as respetivas instituições.

A par do anúncio da convocação da embaixadora Maria del Mar Fernández-Palacios, o ministério tutelado por José Manuel Albares referiu que um comunicado emitido na terça-feira pelo Governo nicaraguense liderado por Daniel Ortega apresentava “grosseiras falsidades sobre os processos judiciais e eleitorais” em Espanha.

“A Nicarágua atravessa uma profunda crise política, económica e social que se agravou nas últimas semanas na sequência da intensificação da repressão por parte do Governo contra os atores políticos e sociais da oposição, bem como contra os meios de comunicação social independentes”, afirmou a diplomacia espanhola, num comunicado.

Como tal, segundo a mesma nota, Espanha rejeita “de forma categórica” o conteúdo do comunicado da diplomacia da Nicarágua e exige que o Estado nicaraguense “cumpra os compromissos internacionais adquiridos em matéria dos direitos humanos e os próprios preceitos constitucionais, garantindo os direitos de todos os (seus) cidadãos e a livre participação política”.

Espanha e a União Europeia (UE) afirmaram recentemente que as decisões que impedem a participação da oposição nas eleições gerais neste país da América Central, convocadas para 07 de novembro, eliminam as devidas garantias do processo eleitoral, bem como colocam em causa a credibilidade do escrutínio.

Até maio passado, 32 líderes e candidatos da oposição nicaraguense tinham sido detidos ou acusados de traição à pátria, o que impede a sua participação no ato eleitoral de novembro.

Estas detenções parecem abrir o caminho à reeleição de Ortega, de 75 anos, que procura no futuro escrutínio um quinto mandato presidencial, o quarto de forma consecutiva.

Após as críticas espanholas e da UE, a diplomacia da Nicarágua reagiu numa nota dirigida ao Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol, na qual condenava “interferência inadmissível do Governo do Reino de Espanha nos assuntos internos” do país.

Na nota, a Nicarágua acusou Espanha (antigo país colonizador) de falta de “autoridade moral”, classificando o Estado espanhol como culpado de “tantas falácias, encobrimentos, mentiras, delitos, crimes de ódio e contra a humanidade”, atos que Madrid, segundo as autoridades de Manágua, “não confessa, mas que o mundo inteiro conhece e condena”.

Fonte: com Agências

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